terça-feira, 8 de setembro de 2009

Vizinhos

Aparentemente é errado sabermos da vida dos vizinhos. É errado metermo-nos na vida alheia. É errado desconfiarmos que se possa passar algo estranho na casa dos outros. Ao ousarmos pensar isso, é sinal que não temos que fazer na nossa vida.
Ora eu não podia estar mais em desacordo e as recentes notícias sobre uma jovem capturada há 18 anos e que agora apareceu, assim como o caso Fritzl e mais recentemente no nosso país uma idosa e o filho que estiveram 14 meses em cativeiro, vêm deitar por terra essa teoria e encher-me de razão.

Eu sei da vida dos meus vizinhos, assim como eles sabem da minha. Eu sei o nome dos filhos deles, eu sei a profissão deles eu sei mais ou menos os horários dos meus vizinhos e eles certamente sabem o meu. Eu não estou à janela à espreita, simplesmente temos coincidências de entrar e sair, temos crianças, temos reuniões de condomínio, temos avarias em que todos temos que colaborar. Isto para quem mora num prédio.

Para os que vivem em casas independentes, apesar do maior isolamento, passa-se a mesma coisa, há rotinas, há conversas, há barulhos.
Temos o direito de se acharmos qualquer coisa estranha, averiguar, queixarmo-nos a alguém competente. Não nos podemos simplesmente demitir do dever cívico de ajudar alguém que possa estar a sofrer algum tipo de abuso, tenha “desaparecido”, tenha crianças ao seu encargo, quando está cadastrado como pedófilo. A polícia não pode simplesmente bater à porta e ficar à soleira só para saber se está tudo bem.

Moral da História: Se aqueles tarados tivessem uma vizinha como eu, já tinham sido descobertos há paletes de tempo!

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