domingo, 3 de abril de 2011

Dizem eles

que não há por onde fugir... que vem aí o FMI, qual D. Sebastião que chega e nos salva deste vazio, de cofres, entenda-se, porque a alma está cheia, nem que seja de ideias! Dizem eles igualmente que temos que poupar, temos que nos guardar para o ainda pior. Sim, o pior é possível e o melhor não parece existir.

Este post existe em jeito de desabafo. Eu que vivi uma infância nos anos 80, em que os salários dos pais eram baixos, a roupa e sapatos de primos eram meus, os brinquedos que a minha tia trazia dos filhos do Sr. engenheiro, eram os meus. Brinquedos já muito usados e estragados que nos deliciavam. Iogurtes feitos na iogurteira que estava durante a noite a trabalhar... Não me lembro de ser infeliz. Não me apercebia que havia quem tivesse mais do que eu.

O problema é que agora todos olham para a galinha da vizinha que é melhor do que a minha e todos temos que nos superar, nas casas, nos carros, nas férias e tudo bem documentado via facebook. Oh facebook que seria da minha vida sem ti?! Estamos desempregados, desqualificados, habituados ao Estado Providência que agora apenas providencia o mínimo. Estamos desesperados, não podemos pagar a nossa casa que está para além das nossas possibilidades, o nosso leasing e as férias que fizemos no ano passado. Tenho sinceramente muita pena. Estou em 2011 melhor do que em 1987. Estou aos 30 melhor do que aos 20. Sei o que é estar desempregada, sei o que é trabalhar no que não se gosta, sei o que é fazer o que se gosta e ser mal pago. Este post em jeito de desabafo é só para dizer que a vida é lixada, não há "felizes para sempre", mas há que saber cair e levantar.

Erguemo-nos então.

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